O tempo e a distância fazem do ser humano um alguém solitário se estivéssemos tratando do homem (brasileiro) do século XIX, aquele que esperava carta, mensageiro, recado do caixeiro viajante, etc. Tudo mudou. A tecnologia, em sua extrema massificação, supera o passado regrado e repetido com leves mudanças por dois séculos e aglomera todos os elementos outrora dependentes e unitários. Desse modo, as definições mudam, os comportamentos mudam, os atos mudam. As convenções, algumas somem e outras se formatam. Enquanto isso, a solidão ganha outro contexto, talvez mais deprimente para quem a conhecia, há, pelo menos, três décadas. O homem repete a solidão intelectual da leitura em prol do “sentir-se só no meio da multidão”, a rede. A rede é, como bem se auto-define em uma de suas possibilidades semânticas, um “grupo de pessoas que trabalham juntas” (Huoaiss, 2003).
No caso da internet seria algo como: juntas, porém distanciadas, pois a distância da web, que geograficamente pode ser de um continente, não separa as pessoas, muito pelo contrário, a partir do momento que há um contato via web, há também a possibilidade de uma aproximação possível e além da internet. Estar à frente de uma máquina, conversar em sua maioria das vezes sem falar e sem ouvir como normalmente fazemos e junto com a mutação de vários outros comportamentos causam outras sensações que tem passado a ser as principais e fundamentais para o mundo de modo geral.
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